Senti-me especialmente motivada a escrever hoje, porque pra mim hoje é um dia especial... Se meus pais ainda habitassem o Àiyé, estariam comemorando trinta anos de casados. Uma coisa que quase não se vê, nos dias de hoje, por que as relações amorosas se tornaram tão descartáveis.
Claro que os tempos são outros, as prioridades também mudaram, mas acho que o amor ainda permanece na moda. Todos querem um amor pra vida inteira, como no tempo de nossas avós. A diferença é que queremos um “amor” que se adapte às nossas necessidades, gostos... E na minha opinião, estamos cada vez mais egoístas e individualistas, e para criaturas assim, ceder é muito complicado.
Esses dias eu li no blog de alguém que o casamento é “CD duplo”, ou seja, tem que ceder de ambos os lados. Equilibrar os desejos do casal, descartar algumas coisas em prol de outras. Acho que essa é a receita para o sucesso de um relacionamento.
Respeito, cumplicidade, parceria são imprescindíveis. “Amar os defeitos e suportar as qualidades”, era o que minha mãe dizia... Muito jogo de cintura da parte dela, já que ela não se conformava com o fato do meu pai cozinhar melhor que ela (rsrsrsrs), entre outras coisas.
Bom, eu sou suspeita para falar, já que eu sou um dos resultados dessa união, mas acho que eles foram muito felizes. Lutaram juntos durante nove anos, até que o Pai Ogum chamou meu pai para o Orun. Minha mãe não quis refazer sua vida com mais ninguém, nem eu a censuraria por isso, mas eu acredito que eles realmente eram almas gêmeas, duas pessoas que se complementavam, pois eram o oposto um do outro. Ela ficou, terminou o seu trabalho (criar meu irmão e eu, nos encaminhar na vida...) e dez anos depois, foi a vez da Mãe Obá recolher a sua filha mais bonita para junto de si.
Assim são feitas as histórias de amor da vida real, encontros e desencontros, rupturas e continuidades... são costuradas com tênues fios de momentos felizes, mas no final sempre arrematadas com um nó “cego” de puro amor e carinho (que nem a vida ou a morte conseguem separar).
;)
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