Devaneios de uma filha de Omi-ô...

Yemonja é reconhecida como a senhora do pensamento... nada mais que a pura e límpida verdade... Nós, filhos da mãezinha vivemos realmente a pensar... Aliás, somos muito mais projetistas que executores (como os filhos de Bará- Esú, ou os de Ogum...)

Protelamos o quanto podemos o Agir, medimos e remedimos cada ato... Claro que se tratando de nossa fase serena...Por que quando Yemonja redemunha sua saia entre as ondas... saí de baixo... é pior que Oyá em seus homéricos dias de fúria...

Outro dia desses, no msn com um Amigo zelador do RJ, que me falava de uma Filha de Oyá, desobediente, teimosa, enfim, medonha como todas as voluntariosas moças de Iansã... Eu, na tentativa de consolá-lo (coisas que todas nós, filhas da mãezinha fazemos muito bem...hehe), saí com a pérola: Oyá pode ser furacão, mas Yemonja, quando revoltosa, é tsunâmi...

Eu, que sou o saco da paciência em pessoa, mas quando estou nos cascos, por meu Pai Ogum...Não tem ninguém pior do que eu...

Sempre me interessei por esse negócio de arquétipos, da personalidade dos filhos de determinados Orixás... alías a internet e muitos livros se ocupam desse assunto... Como é interessante esse pertencimento, essa manifestação do Divino que em nós habita, nos nossos atos, comportamentos e personalidades...

Essa exteriorização, daquilo que pra nós, religiosos de matriz africana nos é mais caro, nossos Orixás, essa presença velada da força divina em nosso dia-a-dia demonstra o quando vivenciamos nossa crença... Ser do Afro, não é ser o omorixá do fim-de-semana, do dia de festa, ou da obrigação... É ter a certeza que carregamos, por todos os lugares onde passamos, a divindade que nos rege os caminhos, que cuida e ampara nossa existência...